Musicalizar é a pré-escola da música. E além de transformar as crianças em indivíduos que usam os sons musicais, fazem, apreciam e criam música, ainda auxilia no desenvolvimento e aperfeiçoamento da Socialização, Alfabetização, Inteligência,Expressividade,Coordenação motora, Percepção sonora, espacial, Raciocínio lógico e matemático, e uma infinidade de outros aspectos físicos e psicológicos. (Mônica Fontanari de Carvalho)
Alunos aprendem sobre respeito e autoestima com música e movimentos
O trabalho Música e Movimento, embasado teoricamente pelo Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, é importante ferramenta para colaborar com a formação pessoal e social dos estudantes da Rede Municipal de Ensino, bem como para que adquiram conhecimentos relacionados ao mundo. Na EMEI Áurea Damasceno Bernardes, por exemplo, as aulas que utilizam música e movimento como mecanismo de aprendizagem envolvem crianças de 3 a 5 anos do Maternal, Etapa 1 e Etapa 2 e seus respectivos professores. São aproximadamente 140 alunos. Desenvolver uma imagem positiva de si; descobrir e conhecer progressivamente o próprio corpo, as potencialidade e limites; e estimular o respeito e a adequação às regras elementares de convívio social são alguns objetivos dessa iniciativa. “Toda a equipe está contente com os resultados obtidos nas aulas. Os alunos adoram...E os professores têm consciência da importancia do trabalho realizado e dos frutos que são colhidos”, diz a coordenadora pedagógica da escola, Rosemary de Oliveira Capelari.
Fonte: http://www.lencoisnoticias.com
Música e desenvolvimento infantil
Pesquisas desenvolvidas em várias partes do mundo confirmam que a música tem influência no desenvolvimento da criança. Alguns estudos comprovam, inclusive, que o bebê, ainda no útero materno, desenvolve reações a estímulos sonoros.
A linguagem musical vem sendo apontada, por um número cada vez maior de especialistas em todo o mundo, como uma das áreas do conhecimento mais importantes a serem estudadas no desenvolvimento da criança, isso desde o útero materno. Um trabalho realizado por cientistas da Universidade de Toronto, no Canadá, comprovou que os recém-nascidos expostos a uma melodia serena permanecem tranquilos. Essa comprovação científica vem ao encontro do que pais e mães fazem rotineiramente quando cantam melodiosas cantigas de ninar para o bebê dormir.
O psicopedagogo, arte-educador e mestre em educação João Beauclair afirma que “a música não é só uma questão de interferência na educação da criança, é uma necessidade, que deve ter espaço consagrado e rotineiro, por possibilitar a melhoria da sensibilidade, beneficiar os processos de aquisição da leitura e da escrita e auxiliar na melhoria da capacidade de memorização e de raciocínio”.
A opinião dele é semelhante à do psiquiatra canadense Thomas Verny, autor do livro A vida secreta da criança antes de nascer, que indica a música clássica como a melhor para ser oferecida aos bebês, porque esse tipo de som tem batida semelhante ao ritmo cardíaco em repouso, despertando na criança sensação semelhante à que ela tem quando colocada próximo ao coração materno. O contrário também é verdade. O som de um rock, por exemplo, tende a deixar a criança mais agitada.
Mas a influência da música vai muito além de acalmar ou agitar bebês e crianças. O potencial da inteligência humana é determinado pelos genes de cada pessoa, no entanto são necessários estímulos para colocar essa inteligência em prática, e é justamente aí que entra a música. O estímulo sonoro aumenta as conexões entre os neurônios e, de acordo com cientistas de todo o mundo, quanto maior a conexão entre os neurônios, mais brilhante será o ser humano.
Os sons que estimulam os neurônios dos bebês, mesmo quando ainda estão no útero materno, são muitos, incluindo as conversas que a gestante mantém com o filho, os cantos que ela entoa quando acaricia a barriga, além de outros, incluindo a música propriamente dita. Tudo o que o bebê experimenta desde sua concepção contribui na construção de seu cérebro.
O psicopedagogo João Beauclair conclui dizendo que “a linguagem musical é herança cultural de toda a história da humanidade e deve ser aproveitada, cada vez mais, na escola de educação infantil e na educação como um todo. Além de auxiliar na melhoria de nossas capacidades de memorização e de raciocínio, vários profissionais da área de Psicopedagogia Clínica utilizam recursos musicais para trabalharem com crianças que estejam apresentando dificuldades de aprendizagem”.
Mas, como tudo na vida, o uso da música na educação da criança também deve ser feito com discernimento. Beauclair adverte: “aos pais cabe a tarefa de usar o bom senso. Fugir dos modismos musicais talvez seja uma boa saída, oferecendo a seu filho cantigas de ninar, músicas folclóricas, música sacra, jazz, música popular brasileira, tudo o que tem qualidade é válido”, conclui.
Márcia Britto
Publicação: Dezembro 2006 - Edição: 28
Fonte: http://www.alobebe.com.br/